Mary Luz Vanegas León; Patricia da Rosa. 2019. Eugenia tenuipedunculata (Myrtaceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019), com ocorrência no estado de MINAS GERAIS, municípios de Buenópolis (Hatschbach 73464), Lagoa Santa (Warming s.n.), Marliéria (Sposito s.n.).
Árvore de até 12 m de altura, endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019). Foi coletada em Mata de galeria, Floresta Ombrófila e Estacional associadas a regiões de contato entre a Mata Atlântica e o Cerrado no estado de Minas Gerais, municípios Buenópolis, Lagoa Santa e Marliéria. Apresenta EOO=11928 km², AOO=12 km² e está sujeita a três situações de ameaça. Eugenia tenuipedunculata aparenta ser rara e pouco abundante nos locais em que foi registrada, já que são conhecidos só três registros da espécie. Perda de habitat como consequência do desmatamento pelo desenvolvimento urbano, mineração, agricultura e pecuária representa a maior causa de redução na biodiversidade da Mata Atlântica (Ribeiro et al., 2009). No Cerrado a taxa de desmatamento tem aumentado, principalmente devido à expansão do gado, indústrias de soja, reservatórios de hidrelétricas e expansão de áreas urbanas (Françoso, et al. 2015, Ratter et al., 1997). Na região do médio rio Doce, onde a espécie ocorre apresenta remanescentes de florestas que sofreram diferentes graus de perturbação, seja pela ação de desmatamentos, corte seletivo de madeira e/ou fogo (França e Stehmann, 2013). As áreas da Serra do Cabral, em Buenópolis são exploradas de forma intensiva ou semi-intensiva por empresas agropecuárias e extrativista pela exploração familiar (Soares e Nakajima, 2008). Diante o exposto, infere-se o declínio contínuo em qualidade de habitat, além de potencial redução nos valores de EOO e AOO. Assim, E. tenuipedunculata foi considerada Vulnerável (VU) de extinção neste momento, demandando ações de pesquisa (tendências e números populacionais) e conservação (estabelecimento de UCs e programas de conservação ex situ).
Descrita originalmente em: Enumeratio Myrtacearum Brasiliensium 131. 1893.
Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 1.1 Housing & urban areas | habitat,occurrence | past,present,future | national | very high |
Perda de habitat como consequência do desmatamento pelo desenvolvimento urbano, mineração, agricultura e pecuária representa a maior causa de redução na biodiversidade da Mata Atlântica. Estima-se que restem apenas entre 11,4% a 16% da vegetação original deste hotspot, e cerca de 42% da área florestal total é representada por fragmentos menores que 250 ha (Ribeiro et al., 2009). Os centros urbanos mais populosos do Brasil e os maiores centros industriais e de silvicultura encontram- se na área original da Mata Atlântica (Critical Ecosystem Partnership Fund, 2001). Dados publicados recentemente (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018) apontam para uma redução maior que 85% da área originalmente coberta com Mata Atlântica e ecossistemas associados no Brasil. De acordo com o relatório, cerca de 12,4% de vegetação original ainda resistem. Embora a taxa de desmatamento tenha diminuído nos últimos anos, ainda está em andamento, e a qualidade e extensão de áreas florestais encontram-se em declínio contínuo há pelo menos 30 anos (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018). Vivem no entorno da Mata Atlântica aproximadamente 100 milhões de habitantes, os quais exercem enorme pressão sobre seus remanescentes, seja por seu espaço, seja pelos seus inúmeros recursos. Ainda que restem exíguos 7,3% de sua área original, apresenta uma das maiores biodiversidades do planeta. A ameaça de extinção de algumas espécies ocorre porque existe pressão do extrativismo predatório sobre determinadas espécies de valor econômico e também porque existe pressão sobre seus habitats, sejam, entre outros motivos, pela especulação imobiliária, seja pela centenária prática de transformar floresta em área agrícola (Simões e Lino, 2003). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 2 Agriculture & aquaculture | habitat,occurrence | past,present,future | national | very high |
O Cerrado perdeu 88 Mha (46%) de sua cobertura vegetal nativa, e apenas 19,8% permanecem inalterados (Rachid et al., 2013). Entre 2002 e 2011, as taxas de desmatamento no Cerrado (1% por ano) foram 2,5 vezes maiores que na Amazônia. A proteção atual permanece fraca. As áreas protegidas públicas cobrem apenas 7,5% do bioma (em comparação com 46% da Amazônia) e, de acordo com o Código Florestal brasileiro, apenas 20% (em comparação com 80% na Amazônia) de terras privadas são destinadas a conservação (Strassburg et al., 2017). Como resultado, 40% da vegetação natural remanescente pode agora ser legalmente convertida (Soares-Filho et al., 2014). Estudos apontam que no Cerrado brasileiro restam apenas 50% da cobertura florestal natural. A taxa de desmatamento tem aumentado, principalmente devido à expansão do gado, indústrias de soja, reservatórios de hidrelétricas e expansão de áreas urbanas (Françoso et al,. 2015, Ratter et al., 1997). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 5.3 Logging & wood harvesting | habitat,occurrence | past,present | regional | high |
A região do médio rio Doce apresenta remanescentes de florestas que sofreram diferentes graus de perturbação, seja pela ação de desmatamentos, corte seletivo de madeira e/ou fogo (França e Stehmann, 2013). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 2.3 Livestock farming & ranching | habitat,occurrence | past,present | local | high |
O município de Buenópolis com 159987 ha tem 29% de seu território (45871 ha) ocupados por pastagem (Lapig, 2019). As áreas da Serra do Cabral, em Buenópolis, onde a espécie foi registradam também são exploradas de forma intensiva ou semi-intensiva por empresas agropecuárias e extrativista pela exploração familiar (Soares e Nakajima, 2008). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 2.2.2 Agro-industry plantations | habitat,occurrence | past,present,future | regional | high |
As áreas da Serra do Cabral também sofrem com a crescente ocupação do espaço pela cultura de pinus e eucaliptos para reflorestamento sendo uma grande ameaça aos recursos naturais, gerando danos aos fragmentos florestais e destruindo a vegetação nativa (Soares e Nakajima, 2008). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.2 Ecosystem degradation | 3.2 Mining & quarrying | habitat,occurrence | past,present | regional | very high |
Os impactos imediatos do tsunami de Lama que assoitaram a região do médio Rio Doce foram trágicos. Enterrou aldeias a jusante, matando pelo menos 13 pessoas, principalmente em Bento Rodrigues, o distrito mais próximo da barragem. Em um dia, a onda atingiu o Doce, um dos maiores rios do Brasil fora da bacia amazônica, e atravessou 600 quilômetros antes de derramar no Oceano Atlântico em 21 de novembro (Escobar, 2015). | |||||
Referências:
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Ação | Situação |
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1.1 Site/area protection | on going |
A espécie foi registrada dentro dos limites das seguintes Unidades de Conservação: PARQUE ESTADUAL DO RIO DOCE, ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL MORRO DA PEDREIRA. |
Ação | Situação |
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2.1 Site/area management | needed |
A espécie ocorre em um território que será contemplado por Plano de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF pró-espécies: todos contra a extinção : Território Centro-Minas - 10 (MG). |
Uso | Proveniência | Recurso |
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17. Unknown | ||
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais. |